Esta semana, o correspondente do 60 Minutes Jon Wertheim traçou o perfil do tenista número um do mundo, Novak Djokovic.
Djokovic venceu três dos quatro principais torneios de tênis deste ano, elevando seu total de vitórias em Grand Slam para 24 e superando os recordes de Rafael Nadal e Roger Federer, que venceram 22 e 20, respectivamente. Incrivelmente, Djokovic conquistou esse feito recorde aos 36 anos, idade que ele nunca imaginou atingir no esporte.
Wertheim disse ao 60 Minutes Overtime que o reinado de Djokovic como o atleta mais dominante no tênis masculino está longe de terminar.
“O cara venceu três dos quatro majors e ficou a poucos pontos de vencer todos os quatro”, explicou ele. “Ele poderia jogar mais quatro anos, mais cinco anos? Com certeza.”
Wertheim revisitou sua cobertura da ascensão de Djokovic ao topo do tênis masculino como redator da Sports Illustrated, discutiu a importância da força mental no jogo de Djokovic e relembrou a primeira aparição de Djokovic no 60 Minutes em 2012.
Djokovic e Wertheim se cruzaram pela primeira vez em 2006, no Aberto da França, quando Djokovic tinha apenas 19 anos. Em um artigo de 2007 para a Sports Illustrated chamado “Ainda não, Novak”, Wertheim expressou algum ceticismo de que Djokovic iria atrapalhar a rivalidade Federer-Nadal que existia. no tênis masculino há tanto tempo.
“Há uma sensação – mesmo no vestiário – de que este é um futuro campeão”, escreveu ele. “Mas vamos esperar antes de dizer que ele quebrou o eixo Federer-Nadal.”
Ninguém disse: ‘Oh, esse cara vai vencer 24 majors e contando, e redefinir todos os recordes e superar Roger Federer e Rafa Nadal que o precederam’”, explicou Wertheim.
Tudo mudou em 2008, quando Djokovic venceu seu primeiro torneio de Grand Slam, derrotando Jo-Wilfried Tsonga na partida final para vencer o Aberto da Austrália.
“Todos nós meio que dissemos: ‘Ah, talvez esta seja uma corrida a três agora'”, disse Wertheim.
Mas quebrar o eixo Federer-Nadal levaria mais alguns anos. Djokovic disse a Wertheim em sua entrevista que muitas vezes se sentia intimidado ao jogar contra eles.
E então, em 2011, Djokovic alcançou o que Wertheim chamou de uma das “grandes temporadas de todos os tempos na história do tênis”. Ele venceu três dos quatro torneios principais daquele ano, derrotando Federer e Nadal em várias partidas de alta pressão.
“Acho que muito disso foi mental e de confiança”, disse Wertheim. “E o que ele me disse foi que não se sentia mais intimidado por aqueles caras.”
No final daquela temporada espetacular, o produtor do 60 Minutes, Draggan Mihailovich, e o correspondente do 60 Minutes, Bob Simon, viajaram para Belgrado, na Sérvia, para entrevistar Djokovic, que tinha então 24 anos.
Simon perguntou a Djokovic como ele se sentia sabendo que este poderia ser o ponto alto de sua carreira. Djokovic respondeu com segurança que continuaria no tênis por muitos anos.
“Não tenho limite quando quero dizer: ‘Ok, vou jogar até essa idade e depois paro'”, disse ele a Simon.
Simon perguntou a Djokovic qual é a duração média da carreira de um tenista profissional. Djokovic adivinhou que era “geralmente em torno de 30 ou 32”.
“Novak Djokovic não imaginava que aos 36 anos, ele não apenas ainda estaria jogando, mas também jogaria em um nível compatível com 2011, e ainda venceria três majors dos quatro majors, e ainda terminaria o ano em primeiro lugar”, disse Wertheim. disse.
Wertheim perguntou a Djokovic, agora com 36 anos, quem venceria uma partida contra Djokovic, de 24 anos.
“Acho que os 36 venceriam”, disse Djokovic. “Eu era um pouco mais rápido há 10 anos. Mas acho que provavelmente sou capaz de jogar de maneira mais inteligente hoje. E também sou capaz de lidar com os momentos de pressão melhor do que há dez anos.”
Wertheim disse que a força mental de Djokovic é um fator crítico para seu domínio no esporte e é algo que ele desenvolveu com a idade.
“É muito difícil obter estatísticas sobre isso, mas o cara do outro lado da rede certamente sabe disso”, disse ele. “Ele é o melhor jogador mental da história do tênis masculino.”
Wertheim disse que “constituição, confiança e autoconfiança” deram a Djokovic uma vantagem nos momentos de alta pressão de partidas intensas.
Djokovic disse que seu jogo mental não é um dom: é algo que precisa ser trabalhado ao longo do tempo. Técnicas como a respiração consciente o ajudam a controlar o estresse na quadra. Ele também começou a escrever no diário há alguns anos.
“Tento escrever no papel com uma caneta tanto quanto posso”, disse Djokovic. “Você está se limpando emocionalmente… passando algum tempo de qualidade consigo mesmo, com seus pensamentos. Acho que isso lhe faz bem.”
Wertheim perguntou a Djokovic quando ele achava que seria hora de se aposentar.
“Assim que os jovens começarem a me chutar, provavelmente começarei a repensar e a questionar se devo continuar”, disse ele. “Mas por enquanto está tudo bem.”